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MUNDO PULP

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Arte de Benício para a série ZZ7, da Editora Monterrey

Este é um site dedicado à literatura pulp, essa literatura do agora e do perecível, do surpreendente e do melodramático, e de inúmeros gêneros populares firmados desde o século XIX. Martirizada pela crítica elitista, freqüentemente desconsiderada pelo mercado editorial brasileiro, esquecida dos pesquisadores literários, a literatura pulp encontra aqui um espaço de memória e de divulgação.

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Na virada do século XIX para o XX, houve uma explosão no mercado de revistas populares contendo ficção de vários gêneros. Essas publicações passaram a agrupar um ou dois ou três gêneros por título, criando assim a percepção de literatura de gênero que temos hoje -- a revista "Weird Tales" trazia histórias de horror e fantasia, "Amazing Stories" contos de ficção científica, "Black Mask" histórias de detetive, e assim por diante -- especialmente em países como Estados Unidos, Inglaterra, França, Canadá, Austrália, Espanha e outros.

Eram impressas em papel barato, no Brasil conhecido como "papel jornal", feito a partir da polpa da madeira -- daí a expressão "pulp". Aos poucos o termo passou a designar não só o tipo de publicação, mas também o tipo de ficção nela encontrada. Pulp é sinônimo de dinamismo narrativo, personagens bem delineados, heróis e vilões, ação e drama, aventura e exotismo.

As revistas pulp duraram até o pós-guerra e aos poucos foram substituídas pelo "paperback" ou livro de bolso. Esse novo filão editorial primeiro explorou os mesmos gêneros desenvolvidos nas revistas, com republicações de romances antes seriados nas páginas pulp, e mais tarde foi alargando os seus limites, avançando sobre novos territórios da ficção de crime, delinqüência juvenil, guerras de gangues, lesbianismo e homossexualidade.

Novas formas de comunicação em larga escala deram cabo dessas iniciativas editoriais -- principalmente a televisão. Mas o pulp sobrevive na atual ficção de gênero, ainda o carro-chefe da indústria editorial do planeta.

Em tempos recentes -- e depois do filme "Pulp Fiction" de Quentin Tarantino --, a literatura pulp vem ganhando um interesse cada vez maior dos estudiosos da cultura e da literatura. O pulp aos poucos vai se firmando como alternativa legítima de uma ficção centrada no contemporâneo, na imaginação extravagante e na emoção proibida.
Clique na figura abaixo para ir a uma galeria de capas eróticas de Robert McGinnis

um paperback de lesbianismo
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arte de Robert McGinnis

No Brasil, embora não tivéssemos um movimento editorial tão dinâmico quanto nos países desenvolvidos da América do Norte e Europa, é possível se verificar a presença da literatura popular desde os folhetins do século XIX, passando por revistas de ficção em geral como "A Novela", editada por Erico Veríssimo nos anos trinta, até "Contos Magazine", e mesmo revistas pulp legítimas como "Meia-Noite", "Detetive" e "X9".

Ainda na década de trinta o escritor Jerônymo Monteiro criou o primeiro detetive brasileiro do rádio, Dick Peter, mais tarde levado às páginas de uma série de livros assinados por Monteiro, um dos maiores pioneiros da ficção científica brasileira.

Outros brasileiros conhecidos que escreveram literatura pulp sob pseudônimo, seguindo os passos de Monteiro, foram R. F. Lucchetti, "o decano dos escritores pulp brasileiros", e Rioky Inoue, conhecido como o escritor mais prolífico do mundo.

Algumas editoras, a partir dos anos cinqüenta, passaram a se especializar em livretos distribuídos em bancas de revista -- como a Monterrey e suas séries de detetive, espionagem, faroeste e ficção militar -- muitos escritos por autores brasileiros sob pseudônimo. A Cedibra, nos anos setenta, traduzia títulos de ficção científica da Espanha (escritos sob pseudônimos anglos). Atualmente, a ficção romântica domina o mercado de bancas, por editoras como a Nova Cultural e a recém-chegada Harlequim americana.

Aqui também o pulp tem uma história, que tentaremos resgatar -- assim como obras e gêneros que caíram no esquecimento.

livro da série ZZ7, da Editora Monterrey
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capa de Benício

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FC espanhola como as da Cedibra no Brasil

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Arte de Benicio

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Este é um livro que revela a vida e a obra do principal ilustrador de pulp fiction no Brasil: Benicio. Com texto de Gonçalo Junior, segue os passos do artista como quadrinista, retratista de revistas de rádio e cinema, até a produção de capas para as edições populares da Editora Monterrey e de cartazes de filmes brasileiros ao longo de várias décadas. Uma edição recém-lançada pelo Clube dos Quadrinhos, bem ilustrada com uma maioria de reproduções em preto e branco, mas também com um caderno colorido deslumbrante.

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"EntreLivros", uma das mais importantes revistas literárias brasileiras, editada por Oscar Pilagallo para o Duetto Editorial, trouxe em seu número N.º 6 (2005) dossiê centrado no "romance policial", com matérias de Denise Góes e Mayrant Gallo. Muitos brasileiros são mencionados: Luiz Alfredo Garcia-Roza, Flávio Moreira da Costa, Jerônymo Monteiro, Rubem Fonseca, Jô Soares, Tony Belloto e outros. Um reconhecimento de que a ficção de detetive tem lugar no cenário literário nacional.
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Ilustrações de Sam Hart

A Editora Ática lança em princípio de 2006 a antologia "Histórias de Ficção Científica", número 38 da conhecida coleção Para Gostar de Ler, voltada ao público jovem.
A antologia traz contos de Isaac Asimov, Arthur C. Clarke, Bruce Sterling, Edgar Allan Poe, H. G. Wells, Millôr Fernandes, Rubens Teixeira Scavone, André Carneiro, Miguel de Unamuno, Eduardo Goligorsky, Jean-Louis Trudel e Jorge Luiz Calife.


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Escrever com o Coração -- conheça a página pessoal do escritor Roberto de Sousa Causo